Tese - Sidiane Teixeira Rodrigues

Condições de saúde de homens imigrantes, refugiados e asilados durante a pandemia de covid-19

Autor: Sidiane Teixeira Rodrigues (Currículo Lattes)

Resumo

A comunidade internacional tem se concentrado em pesquisar e discutir sobre a saúde dos imigrantes, refugiados e asilados, considerando que a discriminação, as vulnerabilidades e os desafios na integração e na formação identitária afetam a qualidade de vida e o bem-estar desses grupos. Nesse contexto, esse estudo teve como objetivo geral investigar as condições de saúde de homens imigrantes, refugiados e asilados, durante a pandemia de covid-19. Metodologicamente, foram percorridas duas etapas, sendo: 1) uma revisão de escopo que buscou delinear, sistematicamente, as evidências científicas acerca dos impactos da pandemia de covid-19 nas condições de saúde de homens imigrantes, refugiados e asilados, visando contribuir para elaboração de políticas e estratégias que orientem o atendimento da população migrante; e 2) Estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, fundamentado na análise lexical dos corpus obtidos na revisão de escopo, por meio da análise de similitude, análise fatorial, análise hierárquica descendente e geração de nuvem de palavras, permitindo uma exploração abrangente e detalhada dos temas e padrões presentes nas sínteses. O mapeamento das produções científicas, cobrindo 93 estudos realizados entre 2020 e 2023, revelou uma tendência de priorização dos imigrantes em detrimento dos refugiados e asilados. Os estudos abordaram aspectos biológicos, mentais, morais e sociais da saúde desses homens. A análise lexical identificou quatro grandes dimensões: implicações sociais da pandemia na vida dos imigrantes, refugiados e asilados frente às transformações geradas pelas restrições sociossanitárias; a vulnerabilidade de imigrantes, refugiados e asilados e os riscos de mortalidade por covid-19; acesso à informação, aos cuidados de saúde e à vacinação para a proteção dos trabalhadores imigrantes, refugiados e asilados; e intervenções e políticas públicas para a prevenção e o tratamento de covid-19, assegurando as necessidades básicas e de saúde aos imigrantes, refugiados e asilados. O estudo destaca as profundas desigualdades estruturais que afetam a saúde e a vida de homens imigrantes, refugiados e asilados, exacerbadas pela pandemia. Esses grupos enfrentam alta prevalência de infecções, maior risco de hospitalização e mortalidade, e dificuldades no acesso a serviços de saúde devido a fatores como precariedade habitacional, desemprego, falta de informações claras e barreiras linguísticas. A distribuição desigual dos grupos populacionais nos estudos sugere uma falta de equidade ou uma lacuna nas pesquisas sobre os asilados. Para mitigar esses impactos e prevenir futuros desequilíbrios, é essencial desenvolver políticas públicas que atendam às necessidades específicas dessas populações, garantindo acesso igualitário a cuidados de saúde, suporte psicológico e proteção contra discriminação, e promover um sistema de saúde mais justo e resiliente para todos.

TEXTO COMPLETO DA TESE

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