Elaboração da escala diária de enfermagem : subsídios para o desenvolvimento de tecnologias
Autor: Kelly Neuma Lopes de Almeida Gentil Schneider (Currículo Lattes)
Resumo
A escala diária de enfermagem é uma ferramenta de gestão utilizada pelo enfermeiro. No entanto, representa um desafio devido à demanda de tempo, à ausência de padronização, ao desequilíbrio da carga de trabalho e aos prejuízos ao clima organizacional. Teve-se como objetivos: identificar o perfil assistencial dos pacientes a partir do Sistema de Classificação de Pacientes de Fugulin; analisar o processo de elaboração da escala diária de enfermagem em uma unidade de internação e; construir critérios-solução para subsidiar o desenvolvimento de uma tecnologia para elaboração da escala diária de enfermagem em unidades de internação. Trata-se de uma pesquisa realizada em duas etapas, uma de abordagem quantitativa e do tipo descritiva e uma de abordagem qualitativa, com design participativo, com a troca de informações entre designer e usuários finais. O cenário foi uma Unidade de Internação Clínica Adulto localizado em um Hospital do Sul do Brasil. Participaram da pesquisa pacientes admitidos no cenário de estudo durante o período de coleta de dados, a fim de estabelecer o perfil e o grau de dependência, além dos enfermeiros alocados nesta unidade de estudo. Como resultados, verificou-se que a clientela caracterizou-se por idosos do sexo masculino, internados por agravos respiratórios e doenças relacionadas ao Vírus da Imunodeficiência Humanaprovenientes do Serviço de Pronto Atendimento, e cujo desfecho predominante foi a alta hospitalar. Em relação ao grau de dependência, cuidados mínimos e semi-intensivos corresponderam à maior demanda de cuidado, e os indicadores críticos mais afetados envolveram deambulação, mobilidade e cuidados corporais prejudicados. Quanto ao processo de trabalho da Escala Diária de Enfermagem, observou-se ausência de padronização, utilização de múltiplos instrumentos e falta de um Sistema de Classificação do Paciente. Por fim, a estruturação do critérios-solução para o desenvolvimento de tecnologias para a construção da escala considerou como nós críticos a ausência de padronização, o desconhecimento das normativas do Conselho Federal de Enfermagem sobre dimensionamento de pessoal, a rotatividade de leitos, admissões, transferências de pacientes, o distanciamento dos leitos e o desequilíbrio da carga de trabalho. Os critérios para o desenvolvimento de tecnologias incluíram a adoção do sistema de classificação do paciente conforme a Escala de Fugulin, evitar que pacientes com nomes iguais estejam sob os cuidados do mesmo técnico, estabelecer a rotatividade dos leitos entre os técnicos, além de definir um distanciamento máximo de leitos, com a finalidade primordial de equilibrar a carga de trabalho. Conclui-se que o desenvolvimento de uma tecnologia para a elaboração da Escala Diária de Enfermagem possibilitará transparência, agilidade e redução de conflitos relacionados a decisões subjetivas na escala. Além disso, fornecerá indicadores sobre a clientela e o dimensionamento adequado da força de trabalho na unidade.